Lembra-te do vento que passa
sem ser furacão
do insecto levando a fecundação
a uma flor distante
Lembra-te da guerra
sem maldição
sem armas
sem mortos
num beijo dado ao teu irmão
mas
revolta-te
antes dos abutres descerem e afugentarem a tua verdade
Lembra-te de negar o teu corpo
ao sacrifício dos deuses
e
oferece a tua carne
à carícia dos infelizes
que não sejam canibais
Lembra-te de um dia
que não existiu porque era belo
e que a eternidade habita debaixo da terra
e que as crianças são barro por moldar
sem máscaras na cara
nem pedras no peito
Lembra-te
de dizer o nome de um homem
não o de um deus
de manhã ao despertares
Sem comentários:
Enviar um comentário